CÂNCER DE PRÓSTATA EM IDOSOS, DIAGNOSTICAR OU NÃO?
CÂNCER DE PRÓSTATA EM IDOSOS, DIAGNOSTICAR OU NÃO?

Câncer de próstata entre idosos no Brasil: devemos diagnosticar ou não?

O rastreamento do câncer de próstata em idosos é controverso. O governo brasileiro, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), e órgãos governamentais ao redor do mundo não recomendam o rastreamento da população masculina idosa. Publicamos um estudo no International Brazilian Journal, avaliando a prevalência e a agressividade do câncer de próstata em homens com mais de 70 anos, sendo primeiro banco de dados latino-americano até o momento. Neste estudo que continha 17.571 homens de 231 municípios brasileiros, visitado por unidades móveis de prevenção do câncer, foi visto que a prevalência de câncer de próstata geral encontrada foi de 3,7%. Quando comparados aos homens de 45 a 69 anos, os indivíduos com 70 anos ou mais apresentaram prevalência de câncer cerca de três vezes maior (razão de prevalência 2,9, p<0,01) e maior probabilidade de apresentar nível de PSA acima de 10,0ng/ml no diagnóstico (razão de chances 2,63, p<0,01). O grupo de idosos também apresentou prevalência de doença histologicamente agressiva (Gleason 8-10) 3,6 vezes maior (p<0,01) e prevalência 5 vezes maior de metástases (RP 4,95, p<0,05). Concluímos neste estudo que o rastreamento do câncer de próstata em homens com mais de 70 anos pode ser relevante no Brasil, considerando a ausência de rastreamento sistemático, maior prevalência e maior probabilidade de doença de alto risco encontrada nessa faixa etária da população estudada.

Eliney F. Faria

Dr. Eliney Ferreira Faria, MD, PhD

Uro-oncology and Robotic Surgery

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