O QUE É O CÂNCER DE BEXIGA?
O Tumor de Bexiga é uma neoplasia maligna que acontece no interior da bexiga urinária, no epitélio de revestimento da mesma, que é chamado “epitélio de células transicionais”.
Segundo o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores de bexiga são a 4ª causa mais comum de câncer em indivíduos do sexo masculino e é menos comum entre mulheres; a relação de incidência homens:mulheres é cerca de 3:1.
O câncer da bexiga é mais comum entre brancos do que em negros e a incidência aumenta com a idade.
QUAIS OS FATORES DE RISCO PARA CÂNCER DE BEXIGA?
Os principais fatores de risco mais comuns para câncer de bexiga são:
- Tabagismo, uso em excesso de fenacetina (abuso de certos tipos de analgésicos);
- Uso a longo prazo de ciclofosfamida (um tipo de quimioterápico);
- Irritação crônica da bexiga (Infecções crônicas e presença de cálculos);
- Exposição a hidrocarbonetos (usado e alguns tipos de tintura de cabelo);
- Metabólitos do triptofano ou químicos industriais;
- Aminas aromáticas (substâncias químicas corantes à base de anilina, tais como a naftilamina, utilizada na indústria de corantes);
- Exposição a agentes químicos tóxicos utilizados em borrachas, equipamentos elétricos, cabos, tintas em geral e na indústria têxtil.
QUAIS SÃO OS TIPOS DE CÂNCER DE BEXIGA?
O Carcinoma Urotelial, também conhecido como “carcinoma de células de transição”, é o tipo mais comum de câncer de bexiga e corresponde por mais de 90% dos cânceres de bexiga.
A maioria (80%) deles tende a ser superficial. Existe também o carcinoma de células escamosas, que são menos comuns e geralmente no Brasil ocorrem nos pacientes com irritação crônica da camada mucosa da bexiga, por infecções ou por cálculos (pedras da urina).
Também existem: o adenocarcinoma, o tumor de pequenas células cancerígenas e os sarcomas, que são menos comuns, mas são também um tipo de câncer invasivo e agressivo.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE CÂNCER DE BEXIGA?
A maioria dos pacientes com suspeita de câncer de bexiga têm sangramento na urina que pode ser visto pelo próprio paciente. As vezes este sangramento é tão expressivo que o paciente nota até a presença de coágulos.
Outros casos, o sangramento é muito insidioso e pode apenas ser detectado em exame de urina, o que chamamos sangramento microscópico.
Alguns pacientes apresentam até mesmo anemia devido este sangramento crônico microscópico sem perceber. Não é incomum pacientes apresentarem perda de peso devido a essa anemia.
Além do sangramento alguns pacientes podem apresentar também sintomas irritativos da micção, dor, ardência, vontade de urinar frequente, e estes são sintomas relativamente comuns na apresentação.
A dor pélvica pode ocorrer no câncer avançado, quando uma massa pélvica pode ser palpável.
É importante lembrar que esses sintomas não são exclusivos dos tumores na bexiga e um câncer de bexiga pode existir e evoluir também com a ausência desses sintomas, tornando o diagnóstico precoce e os exames de rotina a melhor maneira de detecção das células malignas e portanto, a melhor opção para prevenção e tratamento ágil.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE BEXIGA?
O câncer da bexiga é suspeitado clinicamente quando o paciente tem geralmente idade entre 55-80 anos e apresenta sangramento na urina. Isso se dá porque a chance de câncer de bexiga aumenta com a idade, à medida que o órgão envelhece.
Nesse momento o urologista solicita exames de urina que detectam este sangramento ou mesmo as células neoplásicas.
Uma série de exames de imagem ou exames clínicos podem completar o diagnóstico de acordo com as exigências do médico.
Outra forma de suspeição diagnóstica é feita com métodos de imagem: ultrassonografia, ou tomografia computadorizada ou ressonância magnética que mostram a presença da imagem do tumor no interior da bexiga.
Entretanto, o diagnóstico de certeza virá com a realização de exame visual da bexiga onde o médico introduz uma câmera pela uretra e verifica a existência do tumor.
Neste momento, realiza-se a biópsia sob visão do mesmo. Com esta amostra de células, o urologista documenta histologicamente o tumor e procede ao tratamento.
COMO É O TRATAMENTO PARA CÂNCER DE BEXIGA?
O tratamento de Câncer de Bexiga vai depender do estágio da doença. No caso de tumores superficiais, esses podem ser removidos por completo por ressecção transuretral (RTU bexiga).
Nesse procedimento introduz-se um aparelho pela uretra que “raspa” o tumor até removê-lo.
Após removida a lesão, são indicadas instilações vesicais repetidas de fármacos quimioterápicos ou preparado de Bacilo de Calmette-Guérin (BCG) dentro da bexiga para reduzir o risco de recidiva.
Essas terapias com instilações vesicais são muito importantes como complemento de tratamento em condições chamadas de “presença de carcinoma in situ” e outros carcinomas de células transicionais superficiais de “alto grau”.
Estas instalações são geralmente aplicadas em sessões com intervalos semanais e em frequências programadas ao longo de 1 a 3 anos dependendo da gravidade do caso e da tolerância ao produto.
Caso, o tumor de bexiga seja invasivo, ou seja, tumores que penetram profundamente no músculo da bexiga, torna-se necessária a remoção total da bexiga e de estruturas adjacentes com derivação urinária concomitante.
A derivação urinária depois de cistectomia (remoção da bexiga) tradicionalmente envolve direcionar a urina por um canal confeccionado com segmento de intestino delgado (íleo) até um estoma abdominal (saída na pele por fora) e coletá-la em uma bolsa externa de drenagem (“bolsinha de urina”) ou usar alternativas como confeccionar uma nova bexiga a partir de um segmento mais longo de intestino (neobexiga ortotópica também feita com íleo) que serve como o novo reservatório de urina.
Caso o tumor já tenha metástases disseminadas, estes pacientes realizarão quimioterapia sistêmica junto com um médico oncologista.
COMO FUNCIONA A CIRURGIA PARA REMOÇÃO DA BEXIGA?
A remoção da bexiga, chamada de “cistectomia” é um tipo de procedimento realizado quando o câncer de bexiga é invasivo e, dependendo da gravidade e extensão do câncer, pode ser necessária a remoção de parte ou da bexiga toda.
Esta cirurgia pode ser realizada por via aberta, laparoscópica ou por via robótica.
Ao determinar o tipo de acesso da cirurgia a ser realizada muitos fatores são levados em consideração. Alguns desses fatores incluem: idade, saúde geral, função renal, tipo de câncer, localização e tamanho do câncer, etc.
Uma cistectomia parcial envolve a remoção de apenas uma porção da bexiga e é realizada para alguns tumores benignos e malignos localizados em locais específicos da bexiga.
Indivíduos que podem ser candidatos à cistectomia parcial incluem aqueles com tumores únicos localizados perto da cúpula da bexiga, ou localizados dentro de um divertículo da bexiga.
Em uma cistectomia radical, a bexiga é removida juntamente com linfonodos circundantes e outros órgãos que contêm câncer. Em homens, isso pode incluir a próstata e vesículas seminais. Nas mulheres, isso pode incluir uma porção da vagina, útero, trompas e ovários.
Em uma cistectomia radical aberta, uma grande incisão é feita no meio do abdômen, na região supra púbica. Já nas técnicas minimamente invasivas, mais conhecida como cistectomia radical laparoscópica ou robótica, é realizada com instrumentos longos que entram no abdome através de pequenas incisões.
A técnica mais avançada é a robótica, onde usa-se as mesmas mini incisões, porém os instrumentos são então conectados a um robô que é controlado completamente pelo cirurgião, fazendo a cirurgia assim com maior precisão e destreza melhorando a recuperação do paciente, a qualidade da cirurgia e as chances de cura.
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