A próstata é uma glândula que está abaixo da bexiga, à frente do reto e das vesículas seminais e é responsável por produzir um líquido alcalino que constitui entre 10% e 30% do sêmen. Durante a ejaculação, este líquido é acrescido ao esperma. A secreção prostática tem a função de proteger e nutrir os espermatozoides, contendo sais minerais e enzimas.
O câncer na próstata começa quando as células da glândula começam a crescer fora de controle. Células em quase qualquer parte do corpo podem se tornar células cancerígenas, e isso inclui a próstata, e podem então se espalhar para outras áreas do corpo.
O CÂNCER DE PRÓSTATA É MUITO COMUM?
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde estimam que anualmente sejam diagnosticados no Brasil mais de 65 mil casos novos de câncer de próstata.
Esse valor corresponde a um risco estimado de 63 casos novos a cada 100 mil homens, de acordo com estatísticas recentes.
De maneira prática, para entender o risco desse câncer, um em cada 7 homens será diagnosticado com esta doença da próstata durante a vida, sendo esse risco maior ainda em homens com fator genético desfavorável, como um pai ou irmão com o câncer.
Entre todos os tipos de câncer, é sem dúvida, o mais frequente no homem após o câncer de pele.
O câncer de próstata ocorre principalmente em homens mais velhos.
Seis em cada 10 casos são diagnosticados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos.
A média de idade no momento do diagnóstico é de 66 anos, o que torna a idade sim, um fator de risco de câncer e portanto, é necessário realizar os exames com frequência.
COMO É FEITO O EXAME PARA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE PRÓSTATA?
Os chamados “exame de próstata”, “exames de rotina de próstata” ou pelos homens é na verdade o toque retal e tem como objetivo analisar a estrutura e alterações no formato e consistência da próstata, além de fornecer outras informações como presença de inflamação e dor.
Esse tipo de exame, é uma avaliação médica que deve ser agendada e realizada com um médico urologista.
O toque retal ajuda a classificar as 3 condições que afetam a próstata: hiperplasia benigna, infecções/inflamações e câncer.
Para auxiliar nesse processo, são solicitados também exames como a análise sanguínea do PSA (antígeno prostático-específico), e outros como a medição do jato de urina, ultrassonografia, ressonância magnética, etc.
Realizar o exame na periodicidade indicada pelo médico é essencial para a detecção precoce da doença, fornecendo maiores chances de cura, uma vez que o câncer de próstata é, normalmente, um tumor de crescimento lento.
Isso quer dizer que quando os sintomas aparecem, as chances diminuem, pois, especialmente quando se trata do câncer de próstata, indica que a condição está em um estágio mais avançado.
QUANDO O HOMEM DEVE FAZER O EXAME DE PRÓSTATA?
Recomenda-se que os homens façam anualmente os exames de próstata a partir dos 45 anos.
Se houver histórico familiar, ou seja, casos na família de homens com câncer de próstata, a melhor idade para iniciar os exames preventivos deve ser previamente conversada com um médico, uma vez que a hereditariedade, ou seja, os fatores genéticos, é um dos principais fatores de risco para a doença.
COMO É FEITO O TOQUE RETAL E A COLETA DE SANGUE ?
Para a coleta do PSA, existe recomendação de que o paciente não utilize bicicleta ou motocicleta naqueles dias próximos ao exame, esteja em abstinência sexual (relações sexuais ou masturbação) nas 72 horas que antecedem o exame.
Não é recomendado realizar o exame de toque retal durante este tempo, pois pode alterar o valor do PSA.
Para o toque retal, nenhum preparo especial é necessário. E o exame dura apenas 4 segundos. Lembrando sempre que este exame tem maior acurácia se for realizado por um urologista.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PRÓSTATA?
O diagnóstico do câncer de próstata começa pelo toque retal durante a consulta com urologista.
Na sequência pede-se o PSA (antígeno específico da próstata), feito pela coleta de uma pequena amostra de sangue, que quantifica essa proteína produzida pela próstata (PSA).
O exame auxilia na identificação de câncer de próstata, hiperplasia prostática benigna e a prostatite, que é a inflamação da próstata.
Caso estes exames estejam alterados, há a necessidade de se fazer a biópsia da próstata.
A biópsia da próstata é um exame realizado pelo ultrassom transretal, com o paciente em sedação anestésica, no qual coleta-se fragmentos da próstata para diagnóstico histológico.
Este exame feito com sedação é muito importante para minimizar dor e desconforto, e paciente praticamente não vê o exame, e quando acorda este já foi realizado.
O QUE É PSA?
PSA é uma proteína produzida pela próstata, tanto no tecido prostático benigno como no maligno, e é detectada no exame de sangue.
O nível de PSA do sangue costuma aumentar com o passar da idade, no câncer de próstata ou na prostatite.
Assim, se o PSA estiver aumentando, o urologista pode definir se a alteração do PSA é por uma causa benigna ou maligna.
O nível do PSA tem que ser considerado em função de vários fatores como o tamanho da próstata, idade e presença de nódulos ou inflamação na glândula.
A interpretação do PSA é uma atividade complexa e deve ser feita por um urologista.
A correlação do valor do PSA não é muito uniforme de pessoa para pessoa, em alguns casos, PSA baixo não isenta um homem de ter câncer de próstata e um PSA alto não indica que tenha câncer de próstata.
Se o PSA está aumentado, pode-se utilizar imagens como a ressonância nuclear magnética para investigar melhor o caso.
Mas a confirmação do diagnóstico de câncer de próstata tem que ser feita pela biópsia. necessita de um estudo anatomopatológico de fragmentos da próstata, a chamada biópsia da próstata.
Como o câncer de próstata é uma doença heterogênea, existindo tumores com risco alto e com risco muito baixo de mortalidade, o urologista é um importante profissional para orientar o paciente na decisão do tratamento da doença.
PORQUE E QUANDO FAZER EXAMES PARA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE PRÓSTATA?
O diagnóstico do câncer de próstata realizado de maneira precoce é feito pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA) presente no sangue do homem e também através do exame de toque retal.
Para alguns tipos de câncer, o rastreamento pode diagnosticar o câncer em um estágio inicial, antes de qualquer sintoma ou da proliferação massiva das células malignas, sendo mais fácil de ser tratado, sendo assim com grandes chances de cura.
E se os resultados derem alterados, o que fazer? Bem, tanto o exame físico de toque retal quando o PSA, quando alterados não são sinônimos de diagnóstico de câncer de próstata.
Esses exames podem mostrar resultados anormais, mesmo quando um homem não tem câncer ou resultados normais, mesmo quando um homem tem câncer.
Resultados apenas sem a devida avaliação de um urologista podem mais confundir do que esclarecer. Por isso é tão importante que esses resultados sejam avaliados por um especialista.
Mesmo dentre os urologistas, existem aqueles que se dedicam apenas ao diagnóstico e tratamento das neoplasias urológicas e uma consulta com este especialista seria muito útil.
Não há dúvida de que o rastreamento através de exames periódicos, ou seja, busca o diagnóstico, precoce pode ajudar a diagnosticar muitos cânceres de próstata muito mais cedo na vida do homem, pois o câncer de próstata geralmente cresce lentamente, então esta doença muitas vezes não gera sintomas, ou seja, evolui silenciosamente.
Essa busca ativa da prevenção remete aquela expressão muito usada em oncologia: “quem procura acha, mas quem acha cura”.
A recomendação hoje é que os homens discutam com seus médicos as estratégias para a realização periódica dos exames de rastreamento para o câncer de próstata.
Mas as sociedades de urologia (ex. American Cancer Society, Sociedade Brasileira de Urologia) e o Ministério da Saúde recomendam exame anual para homens com idade a partir dos 50 anos e caso o homem tenha familiares com câncer de próstata ou seja da raça negra devem começar a realização de exames antes, aos 45 anos.
SINTOMAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Esses sinais e sintomas não são exclusivos do câncer de próstata e podem estar associados outros diagnósticos, mas sempre é bom ficar atento, confira:
- Dificuldade para urinar
- Dor ao urinar
- Incontinência urinária
- Presença de sangue na urina ou sêmen
- Vontade constante de urinar
- Dormência e fraqueza nos pés
Novamente, a maioria dos casos de câncer de próstata, quando em estágio inicial, apresenta ausência de sintomas e, mesmo alguns dos sintomas acima, podem ser causados pelo aumento benigno da próstata, que também é comum com a idade.
Ou seja, novamente, não existe nada melhor do que a prevenção com exames de rotina para ter certeza.
COMO É FEITA A BIÓPSIA DA PRÓSTATA?
A biópsia de próstata é o único exame que confirma a suspeita de câncer de próstata que foi levantada nos exames de PSA e toque retal.
Este exame se caracteriza pela remoção de pequenas amostras da glândula através de uma agulha fina.
Esse procedimento causa desconforto e por esse motivo, normalmente é feita sob anestesia local e sedação.
Em relação aos efeitos colaterais, após o exame é possível que o homem sinta alguma queimação na região, dor leve, desconforto ao evacuar, e sangramento mínimo nas fezes, urina ou fluido seminal, mas que passa em poucas horas.
Geralmente é feita com o paciente em decúbito lateral, e sedado.
O médico introduz o aparelho do ultrassom no ânus, que guia a agulha até a próstata.
Essa biópsia é feita com associação de antibiótico profilático prescrito pelo médico antes do exame, para prevenção de infecção.
Como o exame é feito com sedação/anestesia, sempre trazer um acompanhante para ajudar no retorno a casa.
O paciente vem para a biópsia com jejum de 8 horas devido a utilização da sedação e depois nas horas após a biópsia deve fazer uma dieta leve, evitar esforço físico intenso, para prevenir alguma forma de sangramento.
Caso o paciente faça uso de medicação anticoagulante, é necessário suspendê-la 5-7 dias antes dependendo da classe desta.
Após o resultado da biópsia, o paciente deve discutir com o seu médico se existe ou não a presença de células cancerosas, ou seja, tumores malignos.
Ele que orientará sobre o resultado e como proceder nos próximos passos.
QUAL É O MELHOR TRATAMENTO PARA CÂNCER DE PRÓSTATA?
Quando a doença é diagnosticada em estágios iniciais, ela pode ser tratada de três formas: com cirurgia, radioterapia ou observação vigilante.
As taxas de sucesso destes tratamentos são dependentes de cada caso individualmente.
Quando comparamos estas 3 modalidades, o tratamento cirúrgico tem superioridade na cura, porém explicaremos abaixo um pouco sobre elas todas.
Cirurgia
A cirurgia de próstata, cujo nome técnico é “prostatectomia radical”, consiste na remoção de toda a próstata, juntamente com as vesículas seminais, e em alguns casos também dos linfonodos regionais pélvicos.
As complicações da cirurgia como disfunção erétil e a incontinência urinária grave são muito minimizadas se a doença estiver em estágios iniciais e for realizada por cirurgião experiente.
Este inclusive é um ponto fundamental, pois apesar dos resultados estarem atrelados a estádio do tumor e anatomia, a qualidade do cirurgião é determinante no resultado.
O paciente pode ter uma vida normal após a cirurgia de câncer de próstata. Mantendo seu estilo de vida, qualidade de vida, atividade sexual, rotina de exercícios.
Essa cirurgia pode ser feita por via aberta, por via laparoscópica ou por robótica. A cirurgia robótica permite maior precisão de movimentos, melhor visualização do campo operatório e menor sangramento.
Após a cirurgia, o PSA cai para valores menores do que 0,1 ng/mL, ou seja, é considerado indetectável.
Caso no futuro haja elevações do PSA, pode-se lançar mão de outras formas de tratamento combinado complementar de consolidação como radioterapia da loja prostática e hormonioterapia.
Atualmente existe um exame chamado PET-scan de PSMA, que pode detectar recidivas pós-operatórias com boa acurácia e precocemente.
Radioterapia (+ hormonioterapia)
Na radioterapia o tumor de próstata é irradiado em máquinas que liberam esta energia radioativa somente na região da próstata.
O tratamento tem a duração aproximada de seis semanas (segunda a sexta-feira).
As técnicas de radioterapia evoluíram bastante nas últimas décadas.
Hoje é possível dirigir os raios com precisão de modo a atingir predominantemente a próstata, poupando ao máximo o reto, a bexiga e outros órgãos vizinhos.
Caso haja, os efeitos colaterais da radioterapia nestes órgãos provocam: ardência no reto ou nas vias urinárias, sangramento na urina ou fezes, diarréia, urgência para evacuar e para urinar.
Esses sintomas são transitórios, mas em alguns casos chegam a durar meses.
Existe também uma modalidade de radioterapia interna que consiste no uso de sementes radioativas introduzidas na próstata através do períneo.
A hormonioterapia associada a radioterapia tem como finalidade diminuir os níveis de testosterona do organismo e paralisar as células cancerosas ajudando assim a radioterapia na eliminação do câncer.
Em geral, se utiliza a hormonioterapia juntamente com o início da radioterapia, mantendo-a por um período de 2 a 3 anos.
Essa hormonioterapia são substâncias injetáveis que bloqueiam a produção de testosterona e complementam o tratamento da radioterapia.
Esta terapia diminui a libido e a força muscular durante seu uso.
Observação ativa (active surveillance)
Tumores com baixo potencial de agressividade representam uma pequena parcela deles, porém quando bem classificados e acompanhados, principalmente em pacientes acima de 70 anos, mostram risco de mortalidade por câncer de próstata muito baixo (por volta de 1%) quando apenas fazem esse acompanhamento médico.
Estes pacientes são seguidos com PSA, toque retal, ressonância magnética e também re-biópsias periódicas e em caso de progressão procede-se ao tratamento.
Os protocolos de seguimento podem ter pequenas variações de instituição para instituição. Caso durante o seguimento o tumor esteja estável, este pode continuar em seguimento.
COMO SE FAZ O TRATAMENTO EM CASOS DE CÂNCER DE PRÓSTATA AVANÇADO?
Em alguns casos o câncer de próstata pode estar mais avançado localmente, o tratamento indicado pode ser a combinação de modalidades de terapias, ou seja, realizar o tratamento multimodal (cirurgia + radioterapia + terapia hormonal injetável + novos inibidores hormonais orais).
Nos pacientes com envolvimento ósseo ou tumor metastático em outros órgãos, o tratamento de escolha é a hormonioterapia (uso de substâncias injetáveis para bloquear a produção de testosterona).
Nesses casos que a doença se apresentou com metástases, o tratamento hormonal tem a capacidade de controlar, mas não de curar o câncer. Por isso se faz tão importante o rastreamento e diagnóstico precoce.
Esta hormonioterapia, ou seja, a terapia de bloqueio hormonal consiste em privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona, pois este hormônio masculino “alimenta” o câncer de próstata.
Essas medicações são injetáveis (gosserrelina e a leuprolida) mas novas drogas são de administração oral (abiraterona, enzalutamida, apalutamida e darolutamida).
A combinação dessas drogas injetáveis e orais pode levar a uma melhor sobrevida.
A diminuição dos níveis de testosterona tem alguns efeitos colaterais, como perda da ereção e da libido, possibilidade de diminuição de massa muscular e óssea, aumento do volume das mamas, sensação de ondas de calor e aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Infelizmente, com o passar do tempo em hormonioterapia, algumas células cancerosas se tornam resistentes ao tratamento hormonal, situação esta que chamamos de câncer de próstata “resistente à castração”.
Neste cenário, com o avanço da idade, o paciente pode precisar de anti-androgênicos mais potentes e quimioterapia venosa e sistêmica.
FALE COM UM ESPECIALISTA EM CÂNCER DE PRÓSTATA
Fale hoje mesmo com um Especialista em Câncer de Próstata usando o botão do Whatsapp deste site.
Isso seria a parte mais importante para a tranquilidade do paciente e da família, e também para se definir o melhor tratamento.
Hoje em dia se tem muita informação disponível na internet e isso acaba mais confundindo do que ajudando.
Essa avalanche de sites e informação gera muita ansiedade, e a palavra de algum especialista que posso direcionar a melhor terapia e o melhor caminho para a individualidade do paciente seria fundamental.